sábado, 9 de junho de 2012

My mind.


Apertei umas sete vezes o botão para chamar o elevador.
Finalmente chegou.
Entrei. Apertei o botão do décimo andar.
Estava olhando para frente, esperando a porta se abrir, quando ela realmente se abriu e por ela entrou um cara. Como estava olhando diretamente para a porta, foi inevitável não olhar para seus olhos. Ele usava um óculos de grau que poderia ser da década da Segunda Guerra Mundial, mas que até eu usaria. Fiquei sem graça por tê-lo encarado e olhei para o chão. Ele permaneceu paralelo à mim no elevador. Pelo canto dos meus olhos olhei para os pés dele; sapato social ( Lógico, estavamos em um prédio comercial), subi delicadamente o olhar ainda pelos cantos dos olhos e reparei nas mãos dele segurando uma pasta; nos dedos, anéis de prata de diferentes desenhos e tamanho. Isso fez com que minha curiosidade aumentasse a ponte de virar rapidamente a cabeça e olha-ló nos olhos novamente. Virei a cabeça, ele não olhou. Foi melhor assim, agora consegui reparar seus traços, sua boca, seu cabelo nem liso e nem enrolado e talvez até queimado do sol, um pouco bagunçado como se tivesse acordado a pouco tempo e atrasado que nem eu. É, realmente seu óculos era diferenciado e somente um homem com uma personalidade autêntica poderia usa-ló.
Agora perdendo a vergonha e com medo que chegasse no meu andar ou talvez no dele: olhava-o, encarava-o, me movimentava impaciente e apelei para sons com a boca.
Ele me olhou e abriu um sorriso, mas seus olhos sorriam mais do que seus lábios. Seus dentes não poderião pelo menos ser tortos? ou meio amarelados?
Queria rir, queria me assistir nessa situação de querer chamar atenção de um desconhecido no elevador e rir de mim mesma depois. Contive o riso ao som de Creedence do meu Ipod.
A porta do elevador abriu no sétimo andar. Ele me olhou mais uma vez, mas agora como se quisesse falar algo. Eu retribui com um meio sorriso e olhei para o chão do elevador como se não quisesse conversa. Depois de um breve tempo na porta do elevador, ele se retirou e a porta fechou. Eu segui em diante no elevador, permanecendo com meu olhar para o chão.
Minha vontade? Era apertar o oitavo andar e descer até o sétimo, procurar ele pelo corredor e chama-ló. Perguntar o nome dele, elogiar o óculos dele, perguntar o que ele fazia naquele prédio, se ele queria tomar um café, chá, uma cerveja, suco, um vinho o que ele gostasse. Chamar literalmente a sua atenção.
Mas tudo que fiz, foi subir para o décimo andar e continuar o meu dia como se nada tivesse acontecido.

G.

Regido por Plutão, o nativo deste signo sabe que tem a magia da atração, uma força magnética irresistível e que, quando quer, usa, abusa e se lambuza. Mas se ilude com facilidade, achando que vai pescar um peixão quando acaba de cair na rede. Talvez valha a pena se enroscar; o escorpiano apaixonado exala sexo, tem fome e sede de um amor que só orgasmos múltiplos conseguem saciar por algum tempo.