segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Beatriz

O alter ego de quatros atrizes, que escondem-se atrás de seus personagens, apelidado de "Beatriz". Junto com o alter ego a reflexão de suas vidas entrelaçam-se com suas personagens. Com quatro questionamentos de mulheres e artistas: O que as movem? Amor, transformação, equilíbrio e a busca pela evolução. Contrapondo com as críticas tanto da sociedade quanto das pessoas que há cercam , "Beatriz" é olhar mais obscuro e verdadeiro de um universo inquieto de Atriz.


Defesa de projeção - A projeção é o quinto olhar da peça, visto que os outros quatro são das atrizes, o da projeção seria o olhar coletivo.

Defesa das cenas - Todas as cenas possuem personagem, mas são interpretadas duplamente. Uma com o personagem, outra sem o personagem (nossa vivência real perante ao que estamos abordando da cena). A última interpretação, pode ser representada por performance corporal. Ambas as cenas questionam o que as move e possuem crítica de suas escolhas.

Defesa de figurino = todas com vestidos esvoaçantes na cor nude, próximo a uma camisola. Mantendo-o durante a peça e se houver trocas de figurinos apenas para a ação da cena. Todas com calcinha ou algo similar cor de pele, por baixo.







Palco = com sensação térmica de fogo, fumaças e luzes vermelhas. Poluição visual.
(Observação do objetivo inicial, o fogo e fumaça representando a nebulosa mente da atriz. Beatriz é o nosso íntimo, o nosso Eu artista, o nosso Alter Ego. Temos que fazer a plateia adentrar-se a nós.
Áudio = Entrevistas atrizes e de nossas conversas. Poluição sonora.



Naná estará locada na parte de trás do teatro, recepcionando o público em seu/nosso mundo.

No palco, estarão Mari com uma balança de equilíbrio/gangorra, Lari com movimentos de casulo (borboleta) e Gabi com movimentos respiratórios, internalizando Anne Frank.(Movimentação inicial das atrizes se baseará nas instalações de cada uma) Num primeiro momento, cada uma ficará com sua partitura. Depois, essas partituras começarão a ser repetidas pelas outras atrizes, transformando-se num "coro", onde fique expresso que todas somos uma só.



Terceiro sinal (Black Out). Sonoplastia de batida de porta.

Todas as atrizes auxiliarão na encenação dos sentimentos expressos ao longo do texto. Dando o efeito sonoro de eco.

Texto Anne Frank

"Lembro dos seus olhos procurando os meus. Nós estávamos sentados, eu de um lado e você do outro no mesmo espaço. Fingíamos nos distrair com outras coisas, mas nossos olhares terminavam sempre se encontrando. Meu olhar quando encontrava o seu, disparava junto com as batidas clichês do coração. Naquele dia você era apenas um desconhecido...Eu via no seu jeito, um modo sem jeito de se comportar na minha frente. Queria que você me ensinasse algo...Sentia sua atenção em mim e me corava por dentro...sentir isso, me faz sentir viva.
Eu sei o que eu quero, tenho duas em mim. Sou aquela que os outros querem que eu seja e sou aquela que eu quero ser. Mas no fundo, me confundo. (risadas) As pessoas daqui me julgam porque falo demais, porque tenho muita opinião, me chama de "sabichona" e dizem que eu ainda tenho muito a viver...Sou nova! De fato tenho muito o que viver. Mas me considero mais madura do que as outras da minha idade, gosto de ficar olhando a natureza e ver o quanto a fé me preenche...Hoje, meus sapatos apertam, minha roupa está mais curta e meu rosto não sorri com tanta facilidade como antes. Mudo tanto, que tenho medo no que me transformo..
Acredito que no fundo as pessoas são boas! Não nasci para ser esquecida, quero continuar vivendo depois da morte."


Sonoplastia de alguém batendo na porta.

Risadas. Um abajur acende do palco.

Todas as atrizes estão em cena, com a Lari no centro, iluminada por um abajur. O restante das atrizes será o contraponto das intenções da "personagem" da Lari.


"Por que você se isola tanto, Marie? Está acabando com a sua juventude! Você está ficando pálida! Pare de fumar! Olhe para os seus dedos, estão amarelos como os de um chinês. E os seus dentes! Meu Deus! Manchas de tabaco em todos eles. . Marie, Marie! Por que você se isola tanto! Está destruindo os seus nervos. È Por isso que está sempre irritada... Você não consegue dormir! Você age como se estivesse enlouquecendo! Você diz que quer ser livre...Mas não sabe lidar com a solidão, isso está destruindo os seus nervos. Ah! E não adianta gastar dinheiro com especialista para nervos se você continua se isolando eternamente Marie! Você pinta e fuma, pinta e fuma, pinta e fuma o tempo todo Marie! Eu mandei você para as melhores escolas. Você fez a viagem mais cara pela Europa. Milhares de dòlares gastos com você. Eu fiz você conhecer as pessoas certas. Todos os bons partidos da cidade. Vivemos alem das nossas posses. Contraímos dividas, você sabia disso? Só para ter uma educação apropriada, Marie. As melhores oportunidades. Mas isso nao pode durar pra sempre. Você sabe que já não é mais tão jovem. Você tem que se erguer. Você não precisa ser bonita, mas pelo menos sorria.
Represente pra eles, Marie! Deixe-os perceber que você tem alegria de viver.È o que eles querem. Represente para eles, represente para eles, Marie!"

Lari leva a mão ao rosto e grita
"CALA A BOCA"
Sai correndo para dentro de um casulo. As outras atrizes vão amarrando o pano nela. E depois vão saindo enquanto a olham presa desesperada no casulo. Seus movimentos vão se tornando mais lentos e calmos.

"Eu me adapto facilmente em qualquer lugar. Facilmente. Eu me considero em constante metamorfose. Casulo Processo Borboleta, Casulo Processo Borboleta. Um ciclo...As vezes não tem fim...Como Clarice dizia...eu vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo dos esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e Deus. Eu já passei por muitas metamorfoses na minha vida, (muitos risos), muitas...não importa...porque o que me move é saber que sempre haverá uma borboleta. se é bom eu não sei...
Eu tenho isso desde pequena...Sabe, meu irmão sempre me dizia que eu tinha múltiplas personalidades...E eu tinha medo! Eu não sabia se isso era problema, se eu devia entrar em psicólogo ou não! Mas ele sublinhava...Você não é ninguém! Como ser todas em uma só? Quem é você Mulher?
É agonizante pensar nisso..Quem sou eu...é como o universo, eu tento entender, decifrar, átomo, elétron, parede água. Mas eu não consigo. Quem é você? Você e você? Você é o que você faz? Você é o que pensa? Dizem por ai que você é o que você come...(risos)
Quem sou eu..."

Uma luz do efeito com efeito transforma o casulo em borboleta em um jardim, começa somente o áudio do vídeo da Mari. Depois a borboleta vai se transformando na projeção da Mari pequena com a corda.
Entram as outras duas atrizes, em um ritmo descontraído e começam a bater a corda. Obs: a projeção de mari com a corda, fica em slowmotion.
Barulho de batida na porta: entra Mari montada de Blanche. Vai para o centro do palco, onde encena pular corda.



Luz aumenta gradativamente. Gabi, Naná e Lari estão amarrando Mari, que está caracterizada de Blanche. Conforme o andar da conversa, Blanche, aos poucos, irá se desmontando.



"BLANCHE - Minha juventude, de repente, foi embora por um cano de esgoto.
BEATRIZ - Nossa, você fala como se fosse velha... Por acaso, qual é a sua idade?
BLANCHE - Minha idade? Por que quer saber minha idade?
BEATRIZ - Curiosidade, oras...
BLANCHE - Olhe, você vai me perdoar, mas não me sinto a vontade falando sobre isso...
BEATRIZ - Desculpe-me, não quis te constranger...
BLANCHE - Não, não me constrangeu... Só não gosto de falar sobre isso pois encaro a passagem do tempo de uma forma que as pessoas não entendem... Para mim, uma hora não é apenas uma hora, mas sim um pedaço de eternidade que cai nas minhas mãos... Mas já que você tocou no assunto, posso te confessar uma coisa?
BEATRIZ - Claro.
BLANCHE - Me preocupo com a idade por causa dos duros golpes que a minha vaidade já recebeu; minha pele já não é mais a mesma, meu corpo já não responde da mesma forma que respondia antes... Mas, mesmo assim, recuso-me a me considerar uma mulher frustrada. Beleza física é algo efêmero. Uma posse transitória. A beleza do espírito e a ternura do coração, e eu as tenho, isso não se pode tirar. Ao contrário; elas crescem. Crescem com os anos!
BEATRIZ - Concordo com você!
BLANCHE - Obrigada; ao menos, alguém concorda comigo! Porque, aparentemente, muitos nem levam isso em consideração. É impressionante como perdem o interesse na gente tão depressa... Especialmente quando a moça já passou dos... trinta... (Blanche pára de pular).
BEATRIZ - O que foi?
BLANCHE- Machuquei meu joelho.
BLANCHE - Como uma mulher pode ser autêntica quando ela está inserida num mundo de mentiras?
BEATRIZ - Olhe, sinto dizer, mas acho que o jeito é você jogar conforme a principal regra do jogo deles...
BLANCHE - E qual é ela?
BEATRIZ - A regra de que o encanto de uma personagem é 50% ilusão. Eles não querem saber se você machucou de verdade ou mentira. Eles não querem realismo. O que eles esperam do teatro é Magia.
BLANCHE - Mas sou uma pessoa correta... Nunca menti em toda a minha vida!
BEATRIZ - Talvez, então, esteja na hora de começar... Se quiser ser amada por eles."

Vídeo da Cleyde Yaconis, sobre a disputa de atuação e cumplicidade.
Simultaneamente duas atrizes atrás do pano estão fazendo a performance da parede. Referência Marina Abramovic. Até chegar a exaustão.



Que resultará na Cena do Meisner. O estímulo será "Você me apagou em cena!".



Sonoplastia - mãe da Naná.

Naná de vestido entra correndo; ela corre, ela cai... ela corre, ela cai.

Texto Naná: "Sabe o que é o medo? Medo é um sentimento inaugural ou inaugural é um sentimento de medo..."

Naná chega a exaustão e cai por completo.

Quando a mesma começa a soltar o texto, as outras atrizes entram e começam a montá-la como boneca, saindo da desconstrução para a construção da menina-boneca, até terminar o texto. Nessa ação das atrizes, intercalam-se sentimentos de amor e desamor.


Texto personagem:
"Sim,é verdade eu amei você acima de qualquer coisa nesse mundo. Porem você não me compreendeu e eu nunca compreendi você. Até está noite. Não me interrompa,ouça o que eu tenho pra dizer.
Você não sente uma coisa estranha com o fato de nos dois estarmos conversando assim?
você reparou que em 31 anos esta é a primeiras vez que nos dois, vc e eu temos uma conversa seria como pai e filha?
Desde o nosso primeiro encontro, nos nunca trocamos uma palavra sobre assuntos sérios...O que eu estou querendo dizer, é que nunca nos unimos seriamente para chegar ao fundo de nenhum assunto, o que eu quero dizer, é que voce organizou tudo de acordo com o seu gosto e assim eu passei a ter os mesmos gostos ou até mesmo tinha fingido..não sei. Eu nao sei mais distinguir uma coisa da outra. Eu preciso ficar sozinha, se eu quiser compreender a mim mesma e se possivel a todo resto."

poema de Maltilde Campilho (-Fevereiro.) junto com o video do primeiro beijo do cinema.
Finalizando a cena da Naná.

e ao final chamar para dançar.
atrizes dançam.

Barulho ranger de porta.

Entram atrizes no palco, uma a uma, com uma reza baixinha ("consoantes"). Velas grandes acesas nas mãos - que serão deixadas em volta da Gabi. Atrizes saem de cena; Gabi sentada numa cadeira com a cabeça imersa em um balde de água.

Enquanto isso, áudio da Adrianny, prima de Gabi, dizendo uma parte do texto de Anne Frank, intercalado com áudio de bombas, barulho de manifestações nas ruas e áudio de seu pai.
Tira sua cabeça do balde, com ar de sufoco; pausa para respiração. Sonoplastia de chuva invadindo o palco. Despida, pega o balde e lança-o no chão ao centro do palco e vai jogando a água sobre seu corpo; Beatrizes (as outras atrizes) entram e saem do palco de uma forma mecânica e circular, cada uma demonstrando como se "despe" da personagem que estava e se molhando cada vez mais enquanto Gabi dá o texto.

Texto Gabi
"Eu sou, eu Estou
não sou, e nada restou
ela permanece em mim
ou eu estou dentro dela?
nos perdemos, eu e ela
entramos em um jogo de amor
e eu a odeio e a quero
ser somente
dela. Em que momento a gente se perdeu?
Qual foi o momento que nossos laços se romperam?
Te trai, pois sabia desde a primeira leitura
você morreria
e te representei como se nada fosse lhe acontecer
eu te enganei e me enganei
Nessa dança nos despimos
e agora estou
nesse camarim que me restou
sozinha, distante Daquela
que um dia se entregou"

A cortina transparente desce e as atrizes estão encharcadas. Sonoplastia de água, com iluminação azul.

Inicia-se a projeção de nós no camarim (será filmado) enquanto acontece o aúdio da "atriz escolhida, ou atrizes que entrevistamos"/ referência Cleyde Yácones. Esse vídeo/projeção terminará com as quatro saindo por uma grande porta.



Black out

FIM



referência figurino:



me identifico com essa angústia




Menina 1 coloca a lente de contato no olho.

Menina 2 abre seu guarda roupa para pensar.

Menina 1 olha para a janela de um prédio alto e olha para baixo.

Menina 2 abre a geladeira para pensar.

Menina 1 dorme e é acordada com um barulho de notificação do celular tocando.

Menina 2 pega o elevador e olha com olha para os botões dos andares(sonoplastia de pessoas conversando no elevador)

Menina 1 pega o elevador vazio

Menina 2 corre pela rua
Menina 1 anda pela rua.

O andar das suas se cruzam, quando Luis sai de uma porta da delegacia fumando nervoso, no meio entre as duas. Slow motion com os três em cena, slow até os personagens ficaram paralisados, dando uma ideia do tempo parado exceto pelas folhas se movimentando e a fumaça do cigarro de Luis.


VOZ OFF Noticiário: Jovem branco da alta sociedade é solto após acidente de carro envolvendo uma menina não identificada de 19 anos, a vítima não resistiu aos ferimentos graves. O advogado do réu, declara-o inocente, alegando que seu paciente estava alterado em decorrência de remédios previamente consultados com prescrição médica. Luis Gonzalvez Marttini, 25 anos, pagou a fiança. A família da jovem pede justiça.



Menina 1 observa de longe a menina que passou correndo até ela sumir de vista

Menina 2 olha para trás antes de sumir de vista

Fade out

SONOPLASTIA: batida de carro ao fundo


barulho de pessoas falando /sonoplastia do acidente; gritos)



Find out

Baseado em fatos reais que PODEM ser reais.

Fotos dos dois atores, durante a infância e adolescência.

Fundo Musical/Referência musical:

https://www.youtube.com/watch?v=Twg25xkACwo.

Créditos Finais.





"Vivo enterrada diante de ti,
Situações cotidianas que nos exprimem Angústia. As duas meninas são a possibilidade de um encontro na vida de Luis.
Uma irá encontra-lo e outra reencontra-lo. A vida de encontros e desencontros que os personagens exploram diante da Angústia que acompanha-os, em suas ações vista como cotidianas."

Defesa dramaturga

Menina 1, representa a ação do pensamento
Menina 2, representa a passividade do pensamento
Luis , a possibilidade física do pensamento





quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

She's All That




Acha que eu sou comum? Acho que não tem nada pior do que ser comum.





Um dia você pega sua bicicleta e acelera pela rua, nesse dia você corre tanto com ela que sente que poderia morrer ali mesmo, pois morreria sentindo o vento entrar em você mesma.
Digo mesma, pois Sou Eu. E não poderia me julgar Mulher, mas também não seria humilde para me considerar Menina. Sou aquela que balança seu coração, aquela que você sonha nas noites solitárias, aquela que você tanto desejou e ao mesmo tempo paro e me pergunto: Quem eu sou?
Desde meus cinco anos, consigo tudo que quero (claro que talvez não no exato momento da vontade, mas consigo. Namoro com o universo e ele me manda tudo que eu desejei). Nunca desejei tanto quanto eu desejo você...
Voltando aos meus cinco anos, minha vida na escola era uma brincadeira, até hoje talvez seja. Na minha primeira comunhão, ganhei meu primeiro namorado. Tito, era um menino da minha rua que andava de Skate e as meninas babavam, ele tinha cabelos nos ombros e fala de um jeito engraçado. Beijei Tito no dia da minha primeira comunhão, selei um pacto com meu primeiro pecado, tinha 11 anos e tinha gostado do gosto da lingua, e do abraço apertado de um homem.
Fiquei viciada nesse abraço, nessa lingua, nesse jogo...And...So! Let's go to play
No dia da minha crisma, ptz! acabei de lembrar! Não fui...Peguei um onibus e fui para Santos na casa dos tios do Elias, eles fizeram um churrasco e Elias ia me apresentar. Elias tava terminando a escola e ia prestar vestibular, mas nesse churrasco que conheci minha sogra, conheci também seus planos. Ele ganhou dos seus avós um intercâmbio para California. E eu?

Você tinha me falado que eu era a garota mais linda que você já conheceu...Eu lembro! Você tinha me dito que eu era linda. Não sou linda? Então por que não me quer mais?

And he goes...
Ele se foi...
Assim como a lembrança do nosso primeiro beijo e do dia do Crisma que eu faltei.
Na verdade isso fazem meses, pois logo teve uma festa incrível e conheci o Fil. Fil é o um dos caras mais incríveis que eu conheci! Ele tem a minha idade, mas repetiu um ano. Ele tem uma banda, toca guitarra e fala alemão. Demais né? Morou com os pais quando era criança em Berlin e veio para o Brasil com 11 anos, por isso vai mau na escola e tem sotaque alemão. Só não gosto das suas espinhas, mas parece que ninguém liga também para isso...A Jéssica Sitil da oitava b, outro dia mandou um correio elegante para ele se declarando e depois disso outras quatros meninas escreveram na parede do banheiro, o nome dele e um coração. Eu sei o nome de duas, mas não vou ficar comentando porque são minhas amigas e é mancada.
Não posso falar para ninguém, mas esses dias ele me mandou um inbox se declarando para mim e me convidou para tomarmos cerveja.
Hhahahaha
Ok! Eu sei! Não tenho idade para isso, mas o que é uma cerveja perto de tudo que pode acontecer a uma garota de 15 anos?
Sei me cuidar, e nunca precisei da minha mãe! Na verdade, pode ser pecado falar, mas talvez ame mais papai do que mamãe. A gente não se dá bem, parece que ela não gosta do fato de eu poder me virar muito bem sem ela...Foda-se! Sorry Mom

Sobre o ricardinho, quero que seja segredo. Não vou assumir nada com ele, ele é muito idiota e só pensa em futebol, mas não vou mentir...gosto do seu beijo, do seu carinho...

por que eu to falando tudo isso? Se o que eu quero é você...

Não aceito não como desculpa
quero voce

D.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Degeneradas

Pelos cantos de um beco sem saída, pelas vielas de uma cidade destruída, pelos canos de um cidade cosmopolita... Viera a nascer. Suja?

Fios soltos, entrelaçando-se nos desvios de suas conexões, conexões que levam ao acaso do caso de um destino sem destino, de um emaranhado universo de personagens em um íntimo tão feminino que só pudera germinar de um ventre tão mulher.
Dela ou ela?

Por uma neblina de pensamentos, por uma nebulosa atenção da ação que não age.
Dentro dela ou por ela?


Existira! Eu a espio pelo buraco da fechadura de uma casa enorme abandonada, onde adentram seus pesadelos, seus medos e suas convicções, então... A venero, a desejo e a desprezo, entretanto entanto tentando... Vivo-a para senti-la.

Sob um olhar,
Degeneradas.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Maria De Metrópolis


Sobre uma forma de se expressar,
Sobre uma maneira de se apressar
Sobre uma expressão de se libertar
Ela viera há existir, por uma maneira de pensar.


Dizem que ela é Maria
Mas para muitos poderia ser João
Dizem que ela tem fé
Mas muitos a chamam de bruxa.
Ela prega a paz
E eles apenas querem lutar,
por ela,
por essa:
Paz.

Entre tantas impressões,
surge a depressão
da impressão
do mundo a fora,
Sim! Nasci em um pais Alemão!
e por isso junto com angústia a solidão:
Minha livre expressão.



Só peço uma coisa, antes do seu perdão:
O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Tomate Cereja


CENA COM QUATRO ATORES;
DOIS HOMENS E DUAS MULHERES.
A voz em off (seriam as consciências), feita por dois atores, narrando os pensamentos. Enquanto a cena se sucede com os outros atores em ação.



Ela arruma animada a mesa (salada mais, garrafa e dois copos de vinho). Música de fundo. Reações diferentes, até cansar de esperar. Senta na cadeira e espera cansada, toda arrumada. Se serve de Vinho.

Ele entra falando no celular, acena pra ela e vai para a geladeira
-Foi divertido! Foi Foi! E aquela menina? Sem noção cara. (Ele vai falando sem parar no celular)

VOZ OFF DELA
- Por que ele faz isso?

Ele abre uma cerveja.

VOZ OFF DELA
-Como assim vai pegar uma cerveja?

Ele dá um beijo na testa dela.

VOZ OFF DELA
-Oi?

Ele senta na mesa com a latinha de cerveja.

Ele- Nossa obrigado (olhando pra salada) Isso daqui é...

VOZ OFF DELE
Xii! Pelo jeito ela tá brava. Será que eu fingo que não reparei e começo comer? Ah! To morrendo de fome!Não melhor não! Ela quer que eu pergunte. E se eu não perguntar vai ser pior, é sempre pior.

Ele- Tá tudo bem?

VOZ OFF DELA
-Não não tá tudo bem! Na minha sexta-feira livre eu fui no supermercado lotado nessa tarde de calor dos infernos. Deixei de fazer a unha, arrumei toda fofa esse jantar e você simplesmente ignora. Mas eu vou me segurar, eu não vou brigar, eu vou fingir que de fato está sim.

Ela- Tá tudo bem (abre um sorriso amarelo)

VOZ OFF DELE
Nossa! Da onde veio esse mau humor?

Ele- Se você não quiser falar o que aconteceu tudo bem, mas se tiver algo que eu possa fazer pra melhorar o seu humor, fala que eu faço.

VOZ OFF DELA
-Não é possível! Como ele não se toca?

Ela- Não sei
Ele- O que que foi dessa vez?

VOZ OFF DELA
Dessa vez, como assim? Lá vou eu explicar tudo de novo. Por que será que os homens têm uma dificuldade imensa de intender metáforas sujeito oculto, ironias e abstrações? Por isso que toda vez que ele olha uma arte moderna diz "até eu fazia essa merda" mas não fez infeliz, porque não tem sensibilidade. Dessa vez?

Ela- Dessa vez? É toda vez Má! Olha pra mim, olha pra essa mesa, olha pro seu prato!

Ele olha pra ela, olha pra mesa e pro prato.

Ele- Ih?

VOZ OFF DELA
Será que ele tá fazendo de propósito?

Ela- Você sabe o que você tá comendo?

VOZ OFF DELE
E agora? O que ela quer que eu responda?

Ele- Salada
Ela- O que tem na salada Marcos? Anda responde

VOZ OFF DELA
Quer vê que o idiota vai me descrever o que tem no prato. Ao invés de falar sobre minha dedicação pelo nosso relacionamento e retribuir com um pouco mais de atenção.

Ele- Sei lá! Alface, azeitona, isso é o que? Agrião?
Ela- Endívia.

VOZ OFF DELA
Agora lá vou eu ensinar a criança de 12 anos que ele só tá comendo essa salada porque eu quis agradá-lo.

Ele- Endívia, alface, tomate cereja...
Ela- Ahhh enxergou finalmente o tomate cereja. E como você acha que esse tomate cereja foi parar aí,no seu prato?

VOZ OFF DELE
Ela vai querer que eu responda a ordem produtiva do tomate cereja? Não é possível.

Ele- Cá! Sério! O que foi que aconteceu?

Ela- Anda! Responde!

VOZ OFF DELA
Como ele pode ser tão cego! Meu deus! Pela cara de bobo ele ainda não faz ideia do que eu to falando, quer apostar quanto que ele não vai abstrair e vai continuar na literalidade.

Ela- Responde!

VOZ OFF DELE
Deus me proteja! Lá vai.

Ele- Não sei! Sei lá, alguém plantou foi e vendeu pro supermercado. Você foi no supermercado comprou e colocou na salada.
Ela- Então você sabe que fui eu né! Fui eu que me enfiei no supermercado e escolhi esse tomate. Aliás, escolhi pensando em VOCÊ! (não para de falar junto com a voz off dela)

VOZ OFF DELE
O que ela tá falando? Ela tá se comparando com um tomate cereja? Será que eu não reparo que ela faz uns jantares bacanas e tal? Não! Mas eu reparo! Será que eu fui mau educado? Mas eu agradeci, não agradeci? Elogiei também não elogiei?
VOZ OFF DELA
Vamos lá! Chegou onde eu queria! No tomatinho que a mamãe dele sempre compra pra ele, por que ele não percebe que eu reparei até como a mãe dele faz a salada dele, só pra agrada-lo.

Ela- Que você gosta de tomate cereja, que não pode ser o caqui, tem que ser o cereja.
Ele- Mas eu gosto do tomate caqui.
Ela- você sabe o que eu to falando! Toda vez é assim Marcos, eu vou, eu compro e faço. Você vem, senta, se cala e come. Essa é a síntese do nosso relacionamento, eu fazendo tudo por você e você aí passivo, como se nada tivesse acontecendo. (Não para de falar junto com a VOZ)

VOZ OFF DELA
Eu não to louca! A culpa é dele! Tudo que eu quero é uma palavra de carinho, um gesto ou flor! Qualquer coisa que demonstra que ele se importa um pouquinho com as coisas que eu faço. Nossa! E ele ainda tá me olhando com essa cara de cachorro perdido.

Ela- Esse tomate! Esse tomate não é um simples tomate. Ele é uma metáfora do meu carinho por você Marcos. Carinho! E o que você fez pra esse tomate chegar até aqui? Nada! Até quando você vai tratar com diferença tudo que eu faço por nós dois?
Ele- Mas Cá! São só tomates cerejas.

VOZ OFF DELA
Por que ele insiste na porra do legume?!Pera, é fruta ou legume hein? Sei lá! Na porra do tomate.

Ela- Você sabe muito bem do que eu to falando. Os tomates são apenas um detalhe.

VOZ OFF DELE
Meu deus! Se os tomates foram apenas um detalhe, hoje eu não janto! Fome do caralho.

Ela-Você acha que é todo mundo que se dedica a você como eu? Que compra os tomates da maneira que eu comprei? E eu faço isso só pra te agradar e você não percebe, porque você repara em nada. Você não repara em nada! Você não reparou na mesa, não reparou nas velinhas, olha só?! Você é tão egoísta Marcos, que você chegou e abriu uma cerveja cara você nem viu o vinho que eu comprei pra gente tomar juntos, aqui em cima da mesa, olha! Sabe o que é pior? Pior de tudo? Que mesmo não concordo com esse seu complexo de édipo mau resolvido,

VOZ OFF DELE-
Quem foi Édipo mesmo?

ELA- Eu aceito e continuo tentando...(continua falando)

VOZ OFF DELE
Ela tá precisando tomar uns hormonios pra dar uma acalmada! Deve ser TPM. Só pode ser TPM. E se eu perguntar? Melhor não!
VOZ OFF DELA
Sabe que eu mais odeio? Que enquanto eu to aqui me esforçando pra explicar como podemos melhorar a nossa relação, ele fica com essa cara, sem reação, sem mostrar qualquer tipo de emoção ou remorso. Isso porque eu nem to de tpm, porque se eu tivesse eu ia já teria enfiado essa faca na garganta dele! E se ele me perguntar se eu to de tpm, eu jogo esse vinho na cara dele. (Ele pega no garfo e ela vê). Se ele acha que ele vai comer esse tomate antes de acabar a discussão ahhhh, mas não vai mesmo. Não come antes, enquanto não reconhecer o meu esforço! (dá um murro na mesa, quando o garfo dele se aproxima da salada).

VOZ OFF DELE
Se eu perguntar se ela tá de tpm e ela não tiver eu to frito! Hmmm frito. Aquele croquete frito perto do trabalho...Por que eu não comi?! Queria dar mais um gole na minha cerveja, mas se eu me movimentar ela vai chorar! Pior que é a última da geladeira e ela tá esquentando...Devia ter ido com o Altair no bexiga!


Ela- Você tá entendendo onde eu quero chegar?

VOZ OFF DELE
Por que ela não esperou a gente terminar de comer, pra começar a brigar? Ela tá quase chorando por causa do tomate cereja? Não ri! Não ri! Pela amor de deus não ri, evite um crime passional. Pensa em outra coisa, sei lá trabalho. Será que o Altair vai aprovar aquele orçamento? Porra! Esqueci de deixar na mesa dele, caralho o Moisés vai me matar. Agora é sério! Ela vai precisar entender, preciso sair da mesa, pegar meu celular e ligar pra ele.

Ela-Eu acho bom que sim! Porque senão essa vai ser a última vez que estamos tendo esse tipo de conversa.

VOZ OFF DELA
Eu nunca sou a prioridade! Na verdade eu sou a décima quinta...Já o trabalho é sempre na frente! Sempre deu mais atenção pro Altair e esse tal de Moises do que pra mim. Isso é foda! Se o Altair liga ele corre pra atender,

VOZ OFF DELE
Será que ela não vai parar de falar?Por que ela tá brigando comigo mesmo? Até esqueci. Preciso ligar pro Altair pra passar o orçamento!

Ela- Se é pro futebol então nem se fala. Agora se eu ligo ele deixa tocar não atende, NEM MENSAGEM!Agora no face

VOZ OFF DELE
Por que ela passou de tomate cereja pra facebook?

Ela (enquanto ele fala)sempre tem um comentário dele pras amiguinhas, leila, juju, nana, flafla, gi...

Ela- Você não presta atenção! Puxa, nunca reconhece nada ou faz um elogio decente sobre nada que eu faço. Mas pra suas amiguinhas do face têm um monte de like like like. Você faz questão que o mundo inteiro saiba que você gostou do que elas fazem! E eu?
Ele- Mas Cá! Você não deletou o seu face?
Ela- Sim!
Ele- Onde você viu isso?
Ela- Não interessa você não repara em mim! Aliás só pra você ter uma ideia disso, no último almoço que fomos na sua mãe

VOZ OFF DELE
Pronto! Vai começar a falar da minha mãe, agora que ela vai ficar a noite toda aqui. Porque eu não fui no bexiga? Meu deus do céu preciso fazer alguma coisa. Falar alguma coisa, algo do tipo "to com fome porra não enche!" mas antes pegar meu celular e ligar pro Altair.

Ela- ela veio me dizer que eu precisava entrar pra academia (continua falando)

VOZ OFF DELE
Ihh ela vai começar a chorar!Sei lá, elogia. Isso! Elogia, fala eu te amo e pede desculpas.
VOZ OFF DELA
Se ele não falar nada eu juro que levanto dessa mesa e vou embora, dessa vez pra sempre.

Ele- Cá! Carol para! Escuta!Desculpa, meu amor, você tá linda Eu te amo.

VOZ OFF DELA
Owwnn que fofo!
VOZ OFF DELE
Nossa! Que delícia comer!

TEXTO DE PEU LIMA.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Gabriella Vergani


Peça CALA A BOCA JÁ MORREU (DIREÇÃO: SANDRA CORVELONI/ ESCOLA DE ATORES WOLF MAYA/2010)

Curta JIBOIA (DIREÇÃO:RAFAEL LESSA/2010)





Prêmio Canal Brasil


TEASER DO CURTA Jiboia-
https://www.youtube.com/watch?v=IzYewyYb_Vw


Curta ONTEM (DIREÇÃO:PATRÍCIA GALUCCI/2011)



Prêmio Melhor Atriz por ONTEM (Festival Filmworks da AIC)


CURTA NA ÍNTEGRA- Ontem
http://vimeo.com/40605410


IT GIRLS WEBSÉRIE DA CAPRICHO PRIMEIRA TEMPORADA (DIREÇÃO: PEU LIMA/ 2011)



LINK dA WEBSÉRIE:
https://www.youtube.com/watch?v=Y-oeM47vsxM&list=PLfeJRul06q4Bna5x1lOw1I4UVKEw0OUbW


Peça MIL E UMA NOITES (DIREÇÃO: SÉRGIO FERRARA/ PELA ESCOLA DE ATORES WOLF MAYA 2011)


Curta CONTOS DE FADAS (DIREÇÃO:HUDSON SENNA/ PELA ESCOLA DE ATORES WOLF MAYA 2011)


Curta SEM ALMA (DIREÇÃO:DIANA LAND 2012)



TEASER DO CURTA Sem Alma
http://vimeo.com/70067386

Curta CHAPÔ (DIREÇÃO:EDUARDO MATTOS/ 2012)


CENTRO DE PESQUISA TEATRAL (ANTUNES FILHO/CPTZINHO 2012)

IT GIRLS SEGUNDA TEMPORADA WEBSÉRIE DA CAPRICHO (DIREÇÃO: PEU LIMA/2012)


LINK DA WEBSÉRIE It Girls 2
https://www.youtube.com/watch?v=CAzSsHbircg&list=PLbOAAgh5F74Dt6b-hZ3NUTUSROLGDgzYp

Peça A MINHA PRIMEIRA VEZ (DIREÇÃO:ISSER KORIK/2013 E 2014)





Curta NÓS PARCÍAMOS GIGANTES (DIREÇÃO:DAILA PACHECO/ 2012)



Curta OS CARAS (DIREÇÃO:TEREZA TEMER/2013)


Curta DESCONSOLO (DIREÇÃO:JARDEL TIMBANI/2013)


TEASER DO CURTA- Desconsolo
http://vimeo.com/98194274

Curta CARDÁPIO CHINÊS (DIREÇÃO:SILVIO GRION 2013)


CURTA NA ÍNTEGRA- Cardápio Chinês
https://www.youtube.com/watch?v=zm8jDXiZudM&list=FLbpEaJRhY7BHDXgI9D1J1lw

Longa TAIS & TAIANE (DIREÇÃO AUGUSTO SEVÁ/ 2014/EM FINALIZAÇÃO)