segunda-feira, 21 de junho de 2010

Se eu penso, logo existo ass: Alice.


Carta ao Senhor Coelho.





As pessoas me perguntam o que eu sou, mas não querem esperar a resposta a ser ouvida. Só ouvem o que querem ouvir, por esse motivo não me escutam. Eu sou uma voz aveludada que grita para um relógio que inciste em correr, contra um tempo que não passa, ele permanece imóvel, apenas vendo o Violino tocar.PLIM LIM TLIM, tudo passa tão nitidamente por mim que dúvido que as pessoas realmente achem que sou Surda. É como se tudo, estivesse em câmera lenta; as mesmas frases, os mesmos choros,e as mesmas lástimas. Todos procuram o que não existe. Todos esperam a resposta do que eu não disse. E todos querem um corpo de que nem ao menos Persiste em viver, na verdade Eles querem fazer parte dessa massa que assombra e encanta a todos. O Nosso mundo Senhor Coelho.

A minha boneca sumiu, emprestei-a para um amigo, ele disse que ao lado dele, ela ficaria mais forte, mesmo que esteja agora toda Acabada, ela jamais deixaria de ser uma boneca.Disse também que precisava de uma coisa boa e pura, e ela nunca faria mau a ele, ela nunca faria, ela jamais faria mau a ele, ela não o faria. Eu sei. Ele me deu seu Violino, embora não fosse tão comportado quanto minha boneca, ele poderia ser ainda mais amigável e mais solidário, só falaria quando eu quizesse tocar. Fui atrás de uma coisa boa e pura. Perdi uma coisa boa e pura, mas achei outra coisa boa e pura. Tenho um Violino agora.

Minha boneca jamais voltou para o meu quarto, o que fez com que meus amigos sentissem falta. Eles se juntaram e começaram a procura-lá. Senhor Fuzz, acha, diz e questiona, dizendo que Ela foi raptada por um dos meus amigos lunáticos: inveja. Ela era a mais bonita, a mais bondoza. Ela não falava. Ela não precisava falar. Foi bem antes do meu aniversário, ou no dia do meu aniversário, ou depois do meu aniversário. Foi no tempo do seu relógio, Senhor Coelho. Eu tinha empresta ela a ele, e ele tinha me dado o seu Violino, nós compartilhavamos o Violino assim como Ela. Agora eu sei, no dia do meu aniversário , ela nãou voltou, mas eu sabia onde ela estava, e sabia que ela não iria nunca mais voltar. Ela não pertencia mais ao Meu mundo, e nem ao Mundo de Meus Amigos Lunáticos.

Meu pensamentos sabem o que pensam de mim, mas também sabem o quanto eu não penso neles. Talvez seja porque eles não querem viver no Meu Mundo. Você Senhor Coelho, fala do tempo que corre em todos os relógios do universo, e que eles não são os mesmos e que eles não andam juntos. Talvez eu entenda mais você, do que meu próprio pai. Talvez é porque somos Cúmplices do mesmo Tempo.



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Alice

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