quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Remetente: Cremilda

Eu, Cremilda quero agradecer meu estimado Pai, por ter me criado e inventado. Tenho 102 dias de vida, e segundo meu pai, ele teve ideia de me conceder por que precisava de uma filha companheira e que entendesse sua maneira de ver a vida. Moro em seu laboratório e ajudo-o em tudo. Sou irmã gêmea, mas a minha outra metade não me conhece, meu pai diz que eles não se dão bem. Por isso, mantenho-me escondida dela. Acho que ela não iria entender, o porque de minha existência. Sou grata por ter vida e sou uma Superficial e Perfeita moça. Vim para ajudar meu pai, e fazer ele tornar-se o melhor Cientista de todos os tempos. Meu pai diz que sou a sua melhor companhia. Agora estou começando a ajuda-lo. Aproveito da minha aparência, idêntica a minha irmã, para ir na casa do Vizinho descobrir coisas para meu pai. Não me achem má, apenas quero sempre agradar meu pai. Pois por ele que tenho a oportunidade conhecer a Vida. Se eu provar que sou fiel à ele, terei a chance de um dia ser a Humana e Imperfeita moça. Tantos querem a imortalidade e a perfeição e tudo que mais queria era a imperfeição de viver e ter a mortalidade como todos. Por isso, vou correr atrás do meu sonho, sei que terei essa recompensa um dia, meu pai me dará. Vou ser a Robô mais capacitada, atenta e real que já existiu. Vou caminhar da Imortalidade para a Mortalidade. O Vizinho vai me ajudar, sem ele saber, mas vai. Além do que, percebo que ele é um cavalheiro e inteligente homem, é sensível e bondoso. Será que além de me ajudar ele poderá se apaixonar por mim?
Curiosidade: Meu pai me chama de Fiona Princesa, pois ele fala que eu sou uma versão de mulher com doce de princesa, bonito isso né?




Sinto, mas não chega a doer
Falo, mas não penso
Se penso, estranho
Ouço; ruídos, barulhos, resmungos
E tudo o que vejo como uma Tela de Cinema em que os personagens, saem dela e entranham-se em nós,
Em tudo.

O vento que passa, é apenas uma brisa distante
O qual gostaria um dia de poder sentir,
Mas que efeito é esse? que nos gera e nos deixa com a esperança
de Viver.

Meu andar, se assemelha ao seu,
Minha voz, talvez um pouco mais suave e com um timbre brando como uma nota de Dó
Se te encanta meu andar, nele está a leveza de uma vida sem memórias,
Uma inteligência quase que escorregadia,
Quando me refiro a essa maleável inteligência
Digo que ela não pertence a mim; pois não a controlo

Milimetricamente moldada
Assimetricamente soldada

Perdoe Sr. Pessoa, posso estar sendo mau concebida em meu ato de Entrega
Mas gosto de fingir Viver

Gosto de ver as cores da cidade
Gosto de ver o vento batendo nas portas e as pessoas queixando-se de frio
Gosto da forma como você fechas os olhos quando dá risada
Gosto de ver as rugas na testa do meu vizinho, quando ele se mantém preocupado
Gosto de ver pessoas se assustando com os latidos do cachorro
Gosto de ver uma pessoa com bochechas rosadas
Gosto de ver uma lágrima caindo
Gosto e Invejo, mas se Invejo, Sinto? Se Sinto existo? Sr. Pessoa exijo uma explicação:

Pois se Exijo, persisto, e se persisto eu Existo.


Beijos,
talvez não melados, mas vibrados

Aos cuidados de
Cremilda,

Nenhum comentário:

Postar um comentário